quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Ponto se situação

Vou ficar por cá pelo menos até eles me deixarem... Em Setembro expira o visto por isso até lá fico por cá que isto até é giro... Isto se se alguém for mal convencido da minha competência, espírito de iniciativa e vontade de trabalhar. Fui portanto aos nossos serviços consulares falar da minha existência , afirma-la com mais convicção e oficializa-la em papel químico. Por via das duvidas optei pela hora de expediente Portuguesa para tratar de papelada 15:27 ... È a hora sensata. O almoço j assentou lá em baixo à custa de dois cafés e uns cigarritos´, já se pode portanto falar de existencialismos . E não é que ao chegar á embaixada o horário era mesmo Luso-style... 10:00-12:00 e 14:00 - 16:00 , como tinha saudades disto. È que aqui o impensável é fechar ao domingo , hora de alomoço e depois das 17:00 , pois ao domingo, hora de almoço e depois das 17:00 é quando a clientela não trabalha. Lá me registei na embaixada com a ajuda de um menino da Católica, pinta de licenciado em Relações Internacionais a perguntar-me se eu me estava a adaptar bem ( eu só pensava , tu é que não estás , escusas de pedir socorro que o pápá embaixador quer que tu existas). Depois da típica despachada assinatura , papel , carimbo , papel, foto tipo passe , papel , fotocopia , documento , papel , assinatura , nome do pai , morada do pai , telefone do pai , data de nascimento do pai , e ... nome da mãe.- " Nada mais da mãe ?" " Não , do pai chega "... Insisti. Contrariei a fadiga , escrevi o nome da mãe e restantes dados oficiais. Feito. Se for desta para melhor ao menos não volto em classe económica...
Após sair da embaixada fui ao International Students Department da Todaigaku ( Universidade de Tokyo ) para fazer mais um papel , esse oficializando a possibilidade de ser escravo se um shogun que me aceite. Desta vez só foi preciso a despachada típica assinatura , papel , carimbo , papel , foto tipo passe , papel , fotocopia , documento , papel , assinatura. Mito desfeito, não é tudo eletronico , eu agora já não o esperava , tudo está aberto depois das 17:00 mas alto lá. "Quanto tempo demorá a chegar O Papel " - " FOUR WEEKS"!!! Compreende-se pois o velho ancião do Monte Fuji terá que carimbar tudo com o seu pincel herdado de seu pai , Senhor Ancião mais velho . Faltando o shogun que me aceite e uma cabana , nada mais me impede de ficar por cá. Foi ai que os meus botões começaram a recordar de coisas das quais vou abdicar, e das saudades que vou ter das mesmas. Passo então a oficializar as saudades nesta dimensão:

Mijar na rua
Tostas na Praia
Pipis da Tasca Cid
Tasca Cid
Sardinhas
Minis
Lux
Tasca Cid
Pipis da Tasca Cid
Europa ( não o continente )
Seios generosos das Portuguesas
Sotaques , de norte a sul
Sumol de Ananás
Dormir na Praia
Francesinhas
Sardinhas
Bitoques
Pasteis de Nata
Rabos generosos das Portuguesas
Sé de Faro no verão e os seus aromas
Pap Jumbo e com Molho de Alho
Ajuda( o meu bairrinho )
Bairro Alto no Inverno
Santos Populares
Visitas ao Porto
Ler na Praia
Likidus
BA
Táxis
Conduzir
Mijar na Praia


Quem notou a ausência de família e amigos e se perguntou "então este gajo prefere mijar na rua a estar com a família e amigos " , não pá!! ... Tudo isto é para ser feito e partilhado na companhia de família e amigos , incluindo o mijar na rua . Talvez a generosidade das portuguesas guarde para mim...

E dai talvez não.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

O arquitecto é meu vizinho.

Depois de um titulo destes é mais que obvio que o que se seguirá não poderia ser um elogios aos dias da arquitectura de hoje. E sim provavelmente o tom do discurso poderá parecer que o velho do Restelo virou blogueiro e anda por ai mandar bitaites . Hoje faz-se arquitectura para vender, e vendem-se projectos que se não dão aqui bem podiam ser ali ou acolá, pouco importa, afinal a imagem corre em megabytes e os megabytes não de nenhum sitio mas estão em todos os sítios desta dimensão. O que importa é a imagem. Fazem-se maquetas a pensar nas capas e assinam-se edifícios como se de alta-costura se tratasse. As cidades vestem Fosters, Koolhas , Gehrys e Hadids e pobres daqueles que se tem que vestir com roupa de segunda mão. Puff!!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Research Time...

Não me livro disto... Ando a engonhar lentamente devagar com umas teorias da treta... Contrastes e mais contrastes...







Estou farto de estudar e a brincar os estudos não me largam ... mais umas páginas e acabou-se ...

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Lambidela no Toyo Ito.

Em tempos de escravos por vontade própria eu lambi com a minha língua um senhor feudal.



Há os lambe-botas e os lambe-ito´s . Eu lambi o senhor que anda por ai com a sua Neo-Art nouveau minimalista. Isto foi a resposta ao seu argumento que queria estar mais perto das árvores, da sua ausência do algoritmo que desenhe o edifício. A minha lambidela não tem algoritmo, (de)puramente casuística. Vou plantar uma árvore que sempre fica mais em conta.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Shibuya, Shibuya desu...




domingo, 3 de fevereiro de 2008


Após semanas de algum aperto, não muito, em acabar o que havia para fazer por cá, veio uma semana de pausa, matar saudades da madrecita, e momentos de reflexão, sempre com uma pergunta na mente, então e agora? Os primeiros meses passaram de rajada como tinha que ser aqui na terra em que tudo é de rajada. As 24 horas não são as mesmas em Tokyo, as noçoes de tempo por aqui são um elástico sobre o qual não temos controlo. Podem passar-se semanas em que Tokyo poderia ser um fim de semana Algarvio , "pastelice" mas a maior fatia do bolo são instantâneos, tudo num instante. E num instante virá também o 31 de Abril, dia em que um menina qualquer da Lufthansa supostamente me irá dar as bem vindas a bordo... Ou então... Não...



Pois é... tudo passou num instante . A sensação é a de que se me fosse embora agora seria como sair de casa e ter aquele bichinho de que o gás está ligado , a luz acesa e o aquecedor vai ficar horas a gastar watts em vão. Fica a sensação de que falta qualquer coisa.
Ao olhar para a balança ambos os pratos são pesados, mas o prato oriental que antes estava vazio cada dia se enche de mais motivos. Falta agora procurar mais, mais motivos por aqui... Tudo paira ainda no ar, mas entre vistos de trabalhos e trabalho que se veja , um tecto para ficar, e o obvio carcanhol sempre necessário o que a balança me diz é que eu ainda vou escrever a distancia por mais uns tempos... Pelo menos é o que a balança me tem dizendo...

Vamos lá ver... Agora vou dando noticias visto que de boca em boca dizem-me que o que escrevo é lido... Tá boa...