quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Coisas para rir a para chorar num excerto do quotidiano de 30 milhões de alminhas...

Não vejam o filme, é demasiado comprido e é uma seca.


segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Hoje sinto-me inspirado , talvez pelo senhor que me embalou em baixo ou talvez por algo que paira no ar ...

Não sinto o cheiro das filhoses, nem os gritos de pânico dos perus , mas partilho com estas pobres vitimas de um penoso genocídio anual, um sentimento qualquer. A música do metro mudou.Tokyo ganhou um tom avermelhado, ou é uma campanha da marca de refrigerantes ou os japoneses viraram Maoistas. Certezas não tenho porque é assim algo que passa nas entrelinhas, não está de caras.

Dever ser de propósito mas de vez em quando penso que esta cidade me dá pistas de que algo está mesmo para vir...
Este não teve piada...

Hoje foi um dia de trabalho para a minha " investigação", cá chama-se "research", estou a estudar umas coisas sobre a reconstrução a seguir ao grande terramoto de 1923. Nesse ano Tokyo sofreu a maior catástrofe da sua história pois. Já tinha havido outros grandes terramotos, aliás soube que os há aproximadamente de 75 em 75 anos. O problema do de 1923 foi que o Japão estava nessa altura na fase da pós-industrialização.Resumindo , candeeiros a petróleo, fabricas de químicos dentro da cidade, instalações eléctricas precárias, fogões a gás... etc, mas no entanto a maioria das construções era ainda na tradicional estrutura de madeira e papel. Diz-se que a hora também não foi a melhor, foi na hora de almoço e estava a cidade em pleno fervilhar de panelas ao lume, tudo a cozinhar etc. Segundo percebi um terço dos mortos foi no terramoto em si, e o restante nos 3 dias seguintes quando o fogo destrui praticamente toda a cidade. Os números falam em 500 mil mortos mas nunca se chegou a saber ao certo.
Isto foi o que eu pesquisei a minha bela tarde de segunda-feira.
Ainda embriagado por todas estas belas noticias, especialmente a de que de 75 em 75 anos vinha um terramoto onde morria meio mundo, vem-me este animal!! que tem outro nome ... ( não foi esta a palavra que utilizei na altura, foi mesmo filho da mãe , pronto também não foi mãe) embalar-me para adormecer.



Digam que foi fraquinho , longe no mar , que isto até que é bom que abane de vez em quando, mas assim não... irra!!! Confesso que foi a primeira vez que me senti como se sentem os gatos quando vêm os faróis do carro na sua direcção, param estúpidos, tentam processar tanta informação de olhos bem abertos e quando já é tarde de mais decidem fazer pela vida. Eu fiz o mesmo quando já era tarde de mais , pus-me de baixo da porta. Isto já tinha abanado antes mas era uma coisa do tipo estar a ver um filme no monumental quando o metro passa, faz parte do enredo portanto. Este não estava no guião.

Definitivamente não me veio para embalar o dia, o filho da ____ ! .... Sacaninha...

sábado, 24 de novembro de 2007


Estes japoneses tem coisas...



quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Omote-Sando "Playground for magazine_arquitects"


Todos nós gostamos de brincar aos crescidos quando somos piquenos e quando somos crescidos temos de fazer coisas chatas para fazer coisas in-chatas. Os arquitectos não. A melhor defenição para arquitecto foi-me dada por um engenheiro , um poço de sabedoria :


"Um arquitecto é um gajo que não é homem suficiente para ser engenheiro , nem paneleiro suficiente para ser estilista ".


Os arquitectos são mesmo assim , são crescidos que além de um pouco apaneleirados, não gostam muito de ser crescidos apesar do discurso não parecer. E como piquenos que são precisam do seu recreio, de fazer os seus castelos de areia e rabiscar com lápis de cor "CARIOCA". Existem vários recreios no mundo para estes pequenos e Omote-Sando em Tokyo é um deles. Quando um gaiato quer ser o maior lá do recreio, tem que mostrar aos outros que sabe fazer o cãozinho com o "Diablo" , chuta a bola "muita alto", e na praia faz os maiores castelos de areia , com tuneis e tudo. Os arquitectos quando querem ser os maiores lá do recreio fazem o mesmo aparecendo nas revistas, na capas cor-de-rosa da publicação da especialidade, e para isso é preciso ir brincar para os "Omote-Sando´s" pelo mundo fora. O resultado disto é que os chavalos mais novos ( estudantes de arquitectura/recem arquitectos ) querem ser como os grandes lá do recreio, fazem tudo por eles, enquanto estes lhes gamam o dinheiro para a merenda ( não lhes pagam um centavo no atelier )


Este brincatório fica mesmo ao pé de Shibuya ,encontramos uma "starlet" de arquitecto em cada esquina, e se não perceberem quem são as "starlets" eu ajudo : são aqueles que edificios cujos logotipos também enchem as revistas ( também cor-de-rosa ) que compramos para cagar (Gucci, Prada, Dior , etc ) .
Antes de vos mostrar os castelos de areia dos pequenos tenho um conselho para vos dar. Se um dia um destes pequenos vos mostrar um rabisco , e perguntar opinião voces agem como os crescidos tem que agir, da seguinte forma:
Piqueno: "senhor crescido olha lá o que eu fiz"
Crescido: "Ahhh!!! o que é??"
Piqueno: "Então não vês que é um loja de coisas caras!!! duuhh és mesmo tecla 3!!! "
Crescido "ai que giro!!!, boa... agora vai lá brincar mais um bocadinho com os teus amigos"

E pronto, não se perturba o crescimento de uma mente em formação...

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Shibuya

Mesmo aqui ao pé de casa shibuya é um dos centros de Tokyo. Na estação de Shibuya cruzam-se duas linhas de metro (Ginza line / Hanzomon line ) e ainda várias linhas de comboio sendo a principal a Yamanote line ( circular de Tokyo). Passam por aqui segundo "alguem" 2 milhoes e 300 mil pessoas por dia no seu quotidiano delirante. Aqui se apanha o comboio para a minha casita na Inokashira line, nunca apanhar o comboio que diz "express" mas sim o "local" , sair em Komabatodaimae e pronto estamos em casa. Isto foi a rotina até ter a minha bicicleta na qual deslizo até Shibuya em apenas 6 minutos contados ao segundo.

Shibuya é o meu Mercado da Ajuda, Chiado , Bairro Alto , Rua do Crime em versão megametropolis nipónica tudo num grande bairro só. Em Shibuya sobretudo passa-se, mas também se come , bebe , dança , compra , lê e vê-se, vê-se muita coisa em Shibuya.

Foi dos meus primeiros passeios a pé e também o meu primeiro video com um novo aparelho de terceira geração , ou seja o neto do meu primeiro telemovel que agora ao contrário do avô ja faz de tudo um pouco, a acasos dos acasos foi comprado em Shibuya.

Quase no fim do video há pormenor gostoso.Um casal que gosta de viver na corda bamba e decide atravessar no limite. Deixam cair qualquer coisa em pleno cruzamento e deixem que vos diga... Desta já se safaram pá...

sábado, 17 de novembro de 2007

1 mês 1 semana e 2 dias depois conto como cheguei.

Passados 40 dias da minha chegada a capital do pais com bandeira mais gira de todas , finalmente descobri a password para actualizar este meu espaco no universo blogueiro. Não tenho muita paciencia para ler blogs, mas um blog também não é para ser lido, e mais para ser escrito. Comecemos entao a minha terapia ocupacional que é de pensar o que se passou á um mês uma semana e dois dias.

Para já começo por dizer que vim para o japão por causa da bandeira. Poucos paises podem ter orgulho de ter uma bandeira tão gira como a do japão. Simples mas não simplista. Para os mais terrenos é apenas o começo de um dia. Para os mais geometricos é um centro. Os mais inspirados poderiam ver o equilibrio presente no shintu . Eu só acho que é gira. Cheguei de uma noite longa no baiiro alto depois de um dia longo que começou da embaixada do japão , malas , ultimo rali das tascas e uma despedida no bairro alto . Adeus Lisboa. Voo BA499 LIS/LHR. Ressaca em Heatrow. Voo BA005 LHR/NRT. Nervoso decidi ler o meu comprovativo de voo. Li o seguinte:


Fiquei muito mais descansado sabendo que se ia desta para melhor ao menos aplicava-se a Convenção de Varsovia. Nem tudo estava perdido. Antes de entrar no avião uma designer japonesa meteu conversa. Muito sorridente. Perfeito para quem estava ao abrigo de um coelibatu . Afinal as mulheres cheiram um celibatário á distancia em qualquer parte do mundo. Lá trocamos palavras de viajante e os habituais e-mails. A viagem foi feita meio sonhando meio cheio de sentimentos de compaixão para com o vizinho japones que não tinha culpa do hálito resultante das ultimas 24 horas.

Ao chegar o toxicodependente apoderou-se do Nuno André que em vez de procurar pelo seu simpactico japones que o esperava procurou um qualquer beco em Narita onde pudesse injectar a sua dose de nicotina. Após escolher os dois maiores cigarros que o maço me ofereceu lá procurei o meu primeiro StarBucks local de encontro com um tal de Takayama. Parecia bastante simples, assim que saisse da zona das chegadas haveria um StarBucks . Afinal havia dois. Resumindo passado 1 hora e meia lá me encontraram a trocar os meus primeiros Yen´s.

Depois foi só chegar ao centro de Tokyo para ir á University of Tokyo. 2 horas de Comboio mais Metro e Taxi. Depois disto tenho vagas noçoes de ter conhecido um tal de Professor Matsumura, e de repente estava na parte de baixo de um beliche de um hostel em Minami-senju. Sei que entre estes dois momentos passaram-se mais umas 5 ou 6 horas das quais apenas imagens turvas de cansaço me ocorrem. Ao menos tinha cama. Amanha logo se vê.